IMPACTOS DA PANDEMIA DE COVID-19 NO PUERPÉRIO

Resumo

Introdução: O puerpério é sabidamente, um período de transformação, permeado por intensas variações hormonais, fisiológicas e psicossociais. As rotinas do lar se voltam para as necessidades do recém-nascido, e em caso de famílias mais conscientes sobre fragilidade do puerpério, a mulher recém parida é contemplada nesse atendimento. Nesse momento de isolamento social, a rede de apoio que quase sempre se faz presente no pós-parto, está inexistente ou muito limitada, por medo de contaminação pelo SARS Cov2. As idas a Unidade Básica de Saúde (UBS) e visitas domiciliares realizadas pelos Agentes Comunitário de Saúde (ACS), também ficaram limitadas, muitas famílias escolheram não ir às UBS, atrasando ou não comparecendo a consultas de pré-natal, de pós-parto, de puericultura e vacinação. O medo se justifica, pois já se observa que os bebês sem comorbidades, tem boa resposta à evolução da infecção, entretanto, as puérperas, bem como gestantes têm apresentado prognósticos e desfechos desfavoráveis. Por toda a incerteza do momento, o isolamento e medidas de segurança sanitária se fazem essenciais. Objetivo: Relatar experiência, sobre a vivência do puerpério durante o isolamento social, imposto pela pandemia de COVID-19. Método: Relatos de Experiência, com abordagem qualitativa, feito por meio de observação do atendimento domiciliar a puérperas em isolamento durante a pandemia de COVID-19. Resultados e Discussão: O isolamento social, sobrecarregou ainda mais a figura feminina e materna dentro da dinâmica doméstica. As tarefas antes compartilhadas com a rede de apoio, se tornaram exclusivas de apenas um núcleo familiar. Exaustão, sobrecarga, ansiedade, medo excessivo, falta de apoio e acolhimento foram sensações e sentimentos presentes nos relatos feitos nas consultas domiciliares. A ausência de rede de apoio, distanciamento físico e incertezas de como o coronavírus é contraído, gera uma atmosfera de tensão. A mulher foi, em nossa observação, a pessoa mais prejudicada dentro dessa dinâmica de isolamento, já em contraponto, tivemos uma melhoria na proteção ao binômio, mas principalmente, ao recém-nascido. É cultural em nosso país, as visitas a criança nascida a pouco, mas ainda vemos pessoas próximas, familiares ou não fazerem visitas, sem nenhum critério de proteção à saúde do bebê recém-chegado. Considerações Finais: O isolamento social, impôs às mulheres maior carga de trabalho doméstico e cuidados com o recém-nascido. A falta de apoio físico e contato social gerou sofrimento psíquico nas famílias. Ainda assim, se mostrou um meio eficiente de combate ao vírus e diminuição de infecções pelo vírus SARS Cov2.