EFEITOS DO TRATAMENTO PRÉ-NATAL COM DEXAMETASONA NA PRESSÃO ARTERIAL DE RATAS WISTAR
Resumo
Há aproximadamente três décadas o uso de terapias com corticosteroides sintéticos em gestantes tem demonstrado sucesso na diminuição tanto da mortalidade de pré-termos nascidos com menos de 34 semanas, quanto na incidência da síndrome da angústia respiratória1,2. No Brasil, por exemplo, a corticoterapia é uma conduta clínica muito utilizada. Segundo o manual técnico para Gestação de Alto risco (Brasil – Ministério da Saúde, 2012), toda mulher com risco de parto prematuro deve receber corticoterapia, entre a 24ª e 34ª semana gestacional com dexametasona ou betametasona, sendo esta a principal estratégia para redução de morbidade e mortalidade perinatal associada a prematuridade. Não somente em casos de parto prematuro, mas também em outras condições clínicas a corticoterapia é utilizada. Gestantes com lúpus, asma, hiperplasia adrenal congênita e hipertensão, por exemplo, recebem corticoterapia durante toda a gravidez3. É evidente que existe uma relevante população de mulheres no Brasil que utilizam corticosteroides sintéticos durante a gestação. Ainda assim, não se conhecem quais impactos em longo prazo tal estratégia terapêutica pode acarretar para as mães. Em animais, estudos que investigam os impactos a longo prazo decorrentes do uso de glicocorticoides sintéticos na saúde materna são escassos e os mecanismos envolvidos nas alterações da prole ainda pouco elucidados.