A COBERTURA VACINAL DO HPV: UMA ANÁLISE COMPARATIVA ENTRE MENINAS E MENINOS
Resumo
A vacinação contra o HPV, eficaz na prevenção do Papilomavírus Humano, foi incorporada ao Programa Nacional de Imunização em 2014. O público-alvo são meninas de 9 a 14 anos e meninos de 11 a 14 anos. Contudo, há uma falta de conhecimento, especialmente entre os meninos, sobre a disponibilidade da vacina pelo SUS, o que gera preocupação devido à disparidade na cobertura vacinal entre os gêneros. Objetivos: Avaliar a disparidade da cobertura vacinal de HPV entre os sexos; Avaliar a eficácia das políticas públicas relacionadas à vacinação contra o HPV, com ênfase nas estratégias de igualdade de gênero e conscientização. Método: Estudo de série temporal realizado apoiando-se em artigos acadêmicos publicados nos últimos 5 anos no SciELO e análise estatística de dados epidemiológicos do Ministério da Saúde (DataSus/TabNet) entre 2014 e 2023, utilizando medidas descritivas como médias, medianas e desvio padrão, a respeito da discrepância da cobertura vacinal da vacina HPV quadrivalente entre meninos e meninas. Resultados: Durante o período analisado no Brasil, foram administradas um total de 52.106.994 doses da vacina HPV quadrivalente. Destas, 27,96% foram aplicadas em meninos e 72,04% em meninas. Houve uma tendência crescente na cobertura vacinal para ambos os grupos ao longo dos anos, com um aumento constante no número de doses aplicadas a cada ano e uma redução da disparidade na vacinação entre os sexos. No entanto, as meninas sempre receberam uma proporção significativamente maior de doses em comparação com os meninos. Discussão: A disparidade na cobertura vacinal entre gêneros persiste, apesar do aumento geral ao longo dos anos. O estudo destaca a necessidade de estratégias direcionadas para aumentar a adesão dos meninos à vacinação contra o HPV. Reforçar a conscientização sobre sua importância, especialmente na prevenção de cânceres relacionados ao vírus, e implementar políticas públicas para promover a igualdade no acesso à vacina são essenciais para reduzir essa desigualdade. Considerações finais: A conclusão do estudo destaca a desigualdade entre meninos e meninas na vacinação contra o HPV e ressalta a importância de implementar estratégias de vacinação mais inclusivas e equitativas. Recomenda-se a continuidade da vigilância e análise de dados para acompanhar a evolução da situação e implementar intervenções eficazes no combate às consequências da infecção pelo HPV.
Palavras- chaves: Cobertura vacinal; Imunização; Vacinas contra Papilomavirus;